Monday, 15 September 2008

O Terceiro Fim de Semana

No terceiro fim de semana decidimos ir a Pamukkale, lugar famoso pelas suas formações calcárias na montanha, que lhe dão o aspecto de algodão. Como a viagem demora três horas, decidimos dormir num hostel e ficar dois dias. A viagem decorreu sem incidentes, apanhamos um autocarro para Denizli e depois um minibus para Pamukkale.



Fomos muito bem recebidos no hostel, pela dona que nasceu na Alemanha mas é de ascendência turca. Ela explicou-nos como chegar à entrada da montanha e recomendou-nos uma viagem a Afrodisias, uma antiga cidade grega. Colocamos as nossas coisas no quarto e saímos para dar um mergulho na piscina. Ao almoço experimentamos Et Kavurma, que nos foi apresentado como sendo Şiş Kebap.



Por volta das 15h decidimos ir à montanha, que fica a quinze minutos a pé do hostel. Até de longe a montanha é impressionante, toda coberta de branco, parece-se realmente com um castelo de algodão como o significado do nome. Ao começar a subir, temos que nos descalçar para não desgastar tanto a rocha. Ao longo da subida existem algumas piscinas, que, apesar de não serem naturais, foram feitas durante os anos 80 depois do desgaste intenso das originais pelos turistas, são muito agradáveis e têm água proveniente da nascente natural. Continuando colina acima chegamos às piscinas naturais, que estão interditas ao público, mas não têm nenhuma barreira física até elas, apenas os guardas com apito.



No topo da colina encontra-se a antiga cidade grega de Hierapolis que foi construída para tirar partido dos poderes curativos da nascente e da beleza da encosta. Esta cidade foi composta por uma necrópole, banhos que posteriormente se transformaram numa basílica cristã, um teatro suburbano, duas portas monumentais mandadas construir por Frontino, uma latrina, um Ninfeu dos Tritões, uma Ágora, a larga e recta via principal de Frontino que une as suas duas portas, um templo a Apolo, um grande teatro, os banhos principais onde agora se ergue o museu e um ginásio. De salientar também que foi aqui que se deu o martírio de São Filipe (ou pelo menos é o que afirmam os turcos). O estudo e a recuperação dos achados estão a cargo de uma missão arqueológica italiana, fundada em 1957 pelo prof. Paulo Verzone.



O mais impressionante de todo este património é o teatro, que está muito bem conservado e já foi, em certa medida, restaurado. Este foi construído em fins do século I a.C., princípios do I d.C., com base na ordem dórica, mas ao longo do tempo foi melhorado e modificado, tendo até sido construída uma piscina no lugar da orquestra para possibilitar a realização de espectáculos aquáticos. Os lugares, à medida que se vão afastando do palco, estão cada vez mais próximos e mais altos, de modo a melhorar a visão e acústica. Na boca de cena podem-se observar estátuas a Apolo e Artemis.



A basílica cristã, convertida a partir de banhos no século VI, é majestosa, com os seus grandes arcos, e, no tempo em que foi usada, teria paredes estucadas e pavimento de lajes de mármore. À volta desta, erguem-se os túmulos da Necrópole, alguns pagãos e outros cristãos.



A porta de Frontino e a sua rua também são imponentes, tendo a primeira três grandes arcos e duas torres e a segunda sento bastante larga e pavimentada. Ao longo desta rua encontram-se os edifícios mais importantes, como a Ágora e a Latrina.



À noite, o espaço transforma-se completamente, o pôr-do-sol é verdadeiramente magnífico e as piscinas de travertino mudam a sua cor para um cor-de-rosa tingido pelo sol poente. Os espaços estão muito bem arranjados, com jardins e pavimentos de pedra ou madeira.



Quando chegamos ao hostel, jantamos e dormimos, tendo decidido não ir a Afrodisias no dia seguinte, já que era muito caro e já tinhamos planeado ir a Éfeso.



No dia seguinte voltamos para İzmir após o pequeno-almoço e saímos à noite.



Como devem ter reparado pelas fotos, este fim-de-semana foi patrocinado pela TMN (mais perto do que é importante), à qual já mandei a conta e estou à espera de receber.

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